Leia esses trechos da entrevista do deputado Eduardo Bolsonaro sobre mudanças na estrutura de carreira da PF
Eduardo Bolsonaro também fala de sua experiência policial e diz que será o interlocutor de um projeto de reforma ampla na segurança, que mexa na estrutura das corporações. “Será que não é hora de copiar um modelo internacional de sucesso?”, pergunta, citando como referência de inspiração os Carabineiros, no Chile, que resolvem quase 100% dos crimes, enquanto o Brasil, com 64 mil homicídios por ano, não passa de 8% de resolução.
Na guerra interna instalada na Polícia Federal desde que as categorias se organizaram em sindicatos, Eduardo tem posições a favor dos agentes e provavelmente fará um contraponto ao ministro Sérgio Moro, mais ligado aos delegados.
Quero conhecer melhor o novo diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e ver o que ele acha da (proposta) Lei Orgânica da PF (que propõe carreira única). Aqui (na Câmara) têm várias sugestões, mas nunca foi pra frente. É mais fácil frear um projeto do que colocar adiante. Há um conflito grande entre delegados e outras categorias da PF, o que acaba sendo difícil para se chegar a um consenso. Os delegados são contra a carreira única ou o modelo chileno (ciclo completo de investigação) porque acham que seriam extintos.
Sou favorável à criação de uma cota de 50% dos cargos de delegado em concursos, preenchida por profissionais de outras categorias da PF que tenham pelo menos três anos de atividade. Isso já vai dar uma oxigenada na carreira e quebra o corporativismo. Gosto do exemplo da PRF (Polícia Rodoviária Federal): lá o chefe de hoje pode ser o subordinado de amanhã. Por isso é muito mais sensível no trato com os subordinados. É praticamente um modelo de carreira única. Os delegados também têm conflito com os promotores/procuradores. Mas também não se pode transformar as atribuições de um delegado da água para o vinho, mudando a regra do jogo no meio do jogo. O ideal é chamar todas as categorias para buscar um consenso.
Um policial federal chega ao topo da carreira com 13 anos de trabalho, sendo bom ou ruim no serviço. Defendo um estímulo à carreira, que (o de baixo) consiga chegar a postos de chefia ou na direção-geral pelo mérito. Hoje o policial é desestimulado porque é direcionado a se acomodar. Deveria ser o contrário. Agentes, escrivães e demais categorias deveriam ocupar cargos de chefia. A antiguidade deveria ser valorizada.
Fonte e matéria completa: https://apublica.org/2019/02/nao-e-certeza-que-moro-seja-indicado-para-o-stf-diz-eduardo-bolsonaro/